Controles fronteiriços na Alemanha: Esquerdistas procuram demandantes contra o racismo!
Grupos de esquerda procuram demandantes contra os controlos fronteiriços na Alemanha, concentrando-se no perfil racial de pessoas de cor.

Controles fronteiriços na Alemanha: Esquerdistas procuram demandantes contra o racismo!
Há já algum tempo que se discute na Alemanha sobre os controlos fronteiriços que foram introduzidos devido à crise migratória. Mas agora os grupos de esquerda estão a tirar uma carta explosiva: procuram demandantes que estejam dispostos a tomar medidas contra estes controlos. O pré-requisito? As pessoas afetadas não devem ser vistas como brancas, ou seja, pessoas de cor. Esta iniciativa visa trazer o perfil racial, que é uma questão recorrente neste país, ao escrutínio legal. Isto é o que nossos colegas relatam Foto.
Leon Züllig, assistente de investigação na Universidade de Giessen, é um dos intervenientes neste processo, apoiado por três organizações sem fins lucrativos: a Society for Freedom Rights, a Initiative for Black People in Germany e a Equal Rights Beyond Borders. Estas ONG uniram forças para recolher casos que provassem uma violação da legislação da UE. Argumentam que o problema do racismo não é apenas um problema individual, mas um problema da sociedade como um todo e que os controlos fronteiriços representam uma discriminação que viola o princípio da igualdade consagrado na Lei Básica.
Chamada para participação
A chamada para procurar os demandantes é particularmente emocionante. Os potenciais candidatos não têm necessariamente de ter sido vítimas de discriminação racial, mas devem atravessar as fronteiras regularmente. O objectivo é criar uma ampla base de casos para provar a alegada ilegalidade destes controlos. Deve-se notar que a Iniciativa para Pessoas Negras na Alemanha recebe financiamento estatal, enquanto a Sociedade pelos Direitos da Liberdade recebe financiamento de diversas instituições. A Igualdade de Direitos Além das Fronteiras, por outro lado, é financiada por igrejas e grupos dos EUA.
O problema do perfil racial está bem documentado na Alemanha. De acordo com um relatório do Gabinete Anti-Discriminação, foi constatado diversas vezes que os controlos discriminatórios efectuados pela polícia são incorrectos. Um exemplo disto é uma decisão de 2016 em que o Tribunal Administrativo Superior da Renânia-Palatinado decidiu que uma intervenção na proibição da discriminação não poderia ser justificada por um interesse público legítimo se a cor da pele fosse o critério decisivo para o controlo. Outro caso de 2018 mostrou que os controlos são muitas vezes realizados de forma generalizada com base em pressupostos insustentáveis, como a alegação de que certos pequenos crimes são cometidos principalmente por homens dos países do Magrebe. Em tais situações, muitas vezes não existe base legal para as ações da polícia. isso confirma a agência anti-discriminação.
Discurso social
A discussão sobre o perfil racial e a discriminação na polícia é uma questão multifacetada e de longo prazo. Continuam a surgir relatórios sobre o impacto destas práticas, mostrando quão profundamente enraizado o racismo está nas instituições da sociedade. Investigadores e activistas estão a abordar intensamente estas questões, não só para aumentar a consciencialização, mas também para provocar mudanças concretas e sólidas na sociedade.
Para Colónia e não só, esta disputa jurídica em torno dos controlos fronteiriços e do perfil racial poderá constituir um ponto de viragem significativo na luta contra a discriminação. O julgamento poderá desempenhar um papel significativo no esclarecimento e no combate ao racismo institucional na Alemanha. Os cidadãos queixosos poderiam, portanto, falar não só por si próprios, mas também por muitas outras pessoas afectadas e dar um passo importante em direcção à igualdade e à justiça.